Vim só marcar o dia pela curiosidade de ser 12 do 12 de 2012.
Para mim, um dia particularmente trabalhoso e intenso com falta de dormir acumulada nas últimas noites.
Sete tempos de aulas, duas reuniões e uma série de peripécias da vida laboral e privada pelo meio. Tudo normal, portanto.
Um dia cheio de gente boa e também com algumas almas complicadas como se quer em ambientes repletos de humanidade.
Nada é ocultável. Nós somos todos parte de uma imensa e comum matéria, agora fragmentada, logo, sentimos, pressentimos e, se nos dermos ao trabalho de ouvir o que os outros não dizem e de ver o que os outros não fazem, tudo nos atos se torna percetível e previsível.
Hoje, 12-12-12, se algo marcou o meu dia, foi essa imensa leitura sensorial. Gosto de fazer isso. É mesmo viciante. E depois perguntam-me, Como é que sabes que estava a pensar isso? Como é que sabes que queria isso? Como é que sabes... Eu não sei, as pessoas dizem-me pelas palavras não proferidas, pelos atos não praticados. E essa constelação das coisas ditas e não ditas, feitas e não feitas, oferece-nos uma visão cristalina do universo dos seus comportamentos. E é muito mais interessante do que uma data. Foi um dia de leituras, portanto.
Amanhã chega o nosso filho, três meses depois do último abraço. Isso, sim, será um dia especial. Boa viagem, rapaz.
jpv