Crónicas de Maledicência - Francisco e os Outros


Crónicas de Maledicência - Francisco e os Outros

O Papa Francisco não poderia ter começado de melhor forma o seu pontificado.

É verdade que, assim que foi eleito, mesmo antes de dizer as primeiras palavras, dar a primeira missa, fazer os primeiros gestos, já havia uns senhores, mais ou menos anónimos, a anunciar desgraça e a tentar denegrir a figura do Santo Padre. Mas o Papa, de forma genial, calou-os a todos e hoje já quase não se ouvem. A receita foi simples. Francisco concentrou-se na sua missão, concentrou-se na Igreja e em quem ela deve servir e deixou os outros senhores a falarem sozinhos ou uns com os outros que é quase a mesma coisa. E o que era suposto ter sido um bruá universal, transformou-se numa pífia, envergonhada e rapidamente auto-silenciada tentativa gratuita de denegrir uma pessoa só porque sim.

Num segundo movimento, também ele muito perspicaz, o Papa decidiu, e bem, mostrar ao mundo ao qe vinha e decidiu fazê-lo de forma célere e inequívoca. Quebrou protocolos e arrasou formalidades. Viajou no autocarro comunitário em vez de usar o PapaMobile (este nme sempre me fez lembrar o Batman...), olhou os fiéis nos olhos e desejou-lhes um bom Domingo e um bom almoço, assumindo claramente que estas coisas do espírito não se separam das do corpo, anunciou uma igreja pobre para os pobres, em coerência assumiu o nome de Francisco e esclareceu porque era o de Assis e não o Xavier, foi bem humorado com cardeais e fiéis, dispensou os seus seguranças para abraçar pessoas que entravam para a missa e cumprimentou-as, todas, à saída. Consciente do sofrimento dos carenciados e, porque não assumi-lo, do poder de uma imagem, prostrou-se diante de uma criança com deficiência e beijou-lhe os pés.

O Papa Francisco é um homem, mas não é um homem qualquer. É um homem igual aos outros todos!

Assumiu a humildade como orientadora da sua ação e conduz a Igreja, para já, de forma pragmática e simples na direção do seu povo. É um comunicador nato. E tudo muda quando à frente de uma instituição está alguém que, além de saber comunicar, percebe o valor primordial e a importância da comunicação.

Resta-nos desejar que seja coerente, que mantenha esta linha de ação, e que continue a mostrar a todos quantos lhe chamaram velho que é muito mais jovem do que eles. Ainda sorri. Ainda Crê. Ainda quer. Oxalá possa!

jpv

NetWorkedBlogs