Púbis

Tens um mar encapelado e revolto
Nesse mundo em que me perco,
Nesse caminho donde não volto,
Nesse cume de profundezas.
Tens aí a tentação
De ir p'ra não voltar,
Suave colina
Que percorro com os lábios e com a mão
Em aventuras de encantar.
E tens aí teu tesouro,
Meu abismo voluntário.
Pagava por ele todo o ouro
Que custa comprar uma vida ao contrário.
E tens tango, e tens samba, e tens valsa,
E tens poesia de arrebatamento
E prosa espraiada e voluta.
Tens qualquer íman que me puxa
Com uma força mais que bruta.
E mora em ti
O centro do Universo,
Fonte de contas inimagináveis
Que não cabe num verso
O meneio das tuas coxas hábeis.
-
Dá-me esse centro,
Oferece-me teu vortex,
Chama-me para dentro,
Prende-me em teu calor.
E, depois, no halo do amor
Que acabámos de fazer,
Deixa-me acariciar sem pudor
A fonte do nosso prazer!

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