Tu Destruíste-me a Vida

A acusação soou
E trouxe no eco da sua entoação
Um grito de desespero
Um prenúncio de destruição.
Fugiram-me as ideias para longe
Para o tempo de não ouvir-te dizer isto,
Mas perdi-me no caminho do reverso.
Assalta-me a questão fatal,
O anúncio do final:
Será capaz de olhar em frente
Quem não vê o fim do passado?
Quem não tem memória que valha ser lembrada,
Ainda tem pernas para a caminhada?
Há coisas que se não pensam,
E há coisas que se não dizem,
Porque ditas,
Ou pior, pensadas,
São barreiras levantadas,
Fendas abertas nas estradas,
Cortes que não ardem nem sangram.
Apenas doem e secam.

Tu destruíste-me a vida!
Não há homem, nem mulher,
Capaz de viver
Com o peso desta acusação!
É demasiada a força,
É demasiado o peso,
Da destruição.
jpv

NetWorkedBlogs