Olhar

Olhar

Fixo na paisagem que passa
O teu olhar pensativo e distante
Reflecte a alma na vidraça
Do comboio deslizante.
E é por isso,
Sei agora,
Que vive cá dentro
O olhar que vai lá fora.
Há um ponto no horizonte
Para onde olhas sem ver,
E é nesse ponto que está a ponte
Entre o que és
E o que queres ser.
Vivem figurinhas saltitantes
Em cada metro percorrido,
Vagueiam flutuantes
Pelo tempo perdido.
E és tu que vais aí,
Ou somente a imagem de ti?
És o que julguei ver,
Ou és mesmo o que vi?
Transportas nesse olhar
Todas as aventuras e toda a vida,
Que para a tua chegada
Não houve ainda partida.

Parte, menina, parte!
E faz da finita viagem
A tua forma de arte.

jpv

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