"Com Amor," - Documento 32


Cara Senhora,
Permita-me que a trate pelo seu nome próprio. Gesto invulgar, por certo, não mais invulgar do que a forma como nos conhecemos.

Perdoe-me o atrevimento. Sou um homem respeitador. O gesto que tive para consigo é, a todos os títulos, inusitado. Há uma verdade, um reduto último de defesa pessoal, de justificação para a minha ousadia: não resisti à sua elegância. E perdoe-me, de novo, se lhe não falo de beleza. Não questiono. Contudo, a beleza insere-se na esfera da arbitrariedade do gosto. A elegância não. Ou se tem, ou não se tem. E a Verónica tem elegância, uma fina elegância no porte, uma presença distinta.

Quando a vi no café, julguei estar enganado, julguei não ser possível, uma mulher com o seu porte e a sua presença estar desacompanhada e veio-me aquele impulso de sorrir-lhe, de cumprimentá-la de conversar consigo... já não sei se lhe paguei o café... espero que sim... Verónica... penso que podemos conversar... gostaria imenso de corresponder-me consigo e agora com estas tecnologias fica tudo mais acessível e rápido.

Com deferência,

Eduardo Luís dos Santos

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