A Antologia do Piropo

O piropo é como todas as coisas: desrespeitoso e boçal, não tem piada nenhuma. Com imaginação e inofensivo, pode arrancar-nos um sorriso. Como todos sabemos, o inventor do piropo é o Técnico de Construção Civil, mais vulgarmente conhecido por trolha. Ora, eu tenho um amigo que defende que não podemos ignorar a existência do piropo por duas razões simples: a primeira é que habita em cada homem um trolha atravessando um andaime sem proteção com dois baldes de massa nas mãos e um cigarro meio fumado preso entre os dentes amarelos a sobressair da vermelhidão do rosto e do pescoço; a segunda é que habita em cada mulher uma jovem esbelta e curvilínea, de saia curta e salto alto que deixa escapar um meio-sorriso vitorioso quando é alvejada por um piropo criativo.

Eu acho que o meu amigo tem razão. Ainda que os exemplos dele sejam satíricos, no fundo, no fundo, as mulheres gostam de ver reconhecido o seu esforço para se parecerem melhor que as outras mulheres e os homens não se importam nada de fazer de juiz em semelhante concurso.

O problema do piropo é que anda por aí muito piropo criativo e interessante misturado com frases sem elegância nenhuma, nem piada alguma. É por isso que criámos este espaço: A Antologia do Piropo. A ideia é recolher os mais interessantes, inofensivos e engraçados dardos da linguagem trolheira atirados à femina graça enquanto passa.


Aceitam-se, pois, contribuições por e-mail para mailsparaaminhairma@gmail.com.


E, como não podia deixar de ser, abrimos as hostilidades com a primeira pérola dessa tão depreciada quanto interessante cultura: a cultura do piropo do trolha. Cá vai:

"Ó jóia, anda cá ao ourives!"

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