A tua Alma. O meu Amor.

Ainda não tinha visto em ti o rasgo. Este rasgo. Conheço-te outras formas de excelência. Esta, mesmo diante dos olhos, passara-me sempre despercebida. Acontece que as obras de arte são o espelho dos seus autores. São fragmentos, estilhaços de sangue, de dor, de parto desconhecido, de dedicação, de amor vencido, de ternura, de perdição, de loucura, de lágrimas pelo chão, de risos inflamados, de momentos capturados. Talvez porque o tempo me deixou conhecer-te melhor a alma e os caminhos sinuosos que há nela, como em todas, hoje olhei para a tua obra e vi-te a ti. Não terá sido uma epifania. Antes uma revelação atrasada que espero não seja fora de tempo. Se soubesses como quero que a vida te sorria... se soubesses, como eu sei, que tens de participar nesse sorriso... se pudesse ensinar-te tudo o que adiei, todas as coisas que não semeei em nós, fá-lo-ia. Não há medida para o amor. Ainda bem. Se houvesse, não mediria tudo o que te amo e quero. Se precisares, pede-me a vida. Não a concebo sem ti. E se houver Deus, e se esse Deus que houver souber dos homens o que deles há para saber, levar-me-á primeiro. Isso é o que te amo. O valor da vida toda.

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