Páscoa Feliz!


A palavra Páscoa radica no verbo grego Pascw (Pascô). Originariamente, este verbo significa sofrer e dá origem, em português, a palavras como Páscoa, paciência e paciente. Ironicamente, para o mundo Cristão, esta noção faz cada vez mais sentido. Todo o Universo sofre, é certo, acontece que, de forma perturbante, o Universo Cristão agoniza em violência, agressividade e discriminação.

O Cristianismo e, em particular, o Catolicismo, são movimentos de Bem. De difundir o Verbo Divino, mas também palavras de conforto, abrigos, roupas, alimentos. A Missão da Igreja Católica é a mais ampla missão humanitária do Universo. Nenhuma outra instituição leva tão longe os seus esforços para dar abrigo a quem o não tem, vestir quem não tem roupas, alimentar quem sofre de fome, proteger quem precisa de proteção, enfim, defender os fracos e atenuar o seu sofrimento.

A questão está muito para além dos limites do religioso. Podemos ser Cristãos, ou não. Podemos ser católicos, ou não. Conhecemos as fraquezas da Igreja Católica, mas não podemos deixar de lhe reconhecer as virtudes. Virtudes essas que, em tempos de muitos e graves conflitos sociais, são bem-vindas ao Universo, em particular, às vidas dos necessitados e dos que sofrem.

Estas palavras, neste fim-de-semana, fazem tanto mais sentido quanto foram revelados os números da discriminação religiosa. Os Cristãos e, de entre estes, os católicos, são, mundialmente, os mais afetados pelo fenómeno da discriminação religiosa.

EM CADA CINCO MINUTOS QUE PASSAM, UM CRISTÃO MORRE VÍTIMA DE DISCRIMINAÇÃO RELIGIOSA.

O movimento Cristão e a Igreja Católica necessitam repensar e reequacionar internamente a sua ação. Há muitos aspetos em que podem e devem melhorar. Mas têm, também, de repensar e reequacionar a sua ação com o exterior. A forma como se relacionam com os parceiros sociais, em geral, e os outros credos em particular. É irónico que, num esforço universal de abertura, recetividade e compreensão, o Cristianismo e o Catolicismo estejam a abrir portas à discrminação sobre si próprios. Embora seja sempre condenável, é, no entanto, mais expectável, por razões históricas, que tal discriminação aconteça sobretudo no Médio Oriente.


Sou e serei sempre um adepto da tolerância e da liberdade. Mas é preciso que também a minha liberdade de ser Cristão e católico seja respeitada. Só num mundo de compreensão e tolerância, onde todos os seres humanos respeitam o pensamento de todos os seres humanos, o Homem poderá realizar-se em justiça e felicidade. Esta mensagem tem de ser intrínseca ao Cristianismo e ao Catolicismo, mas tem, também, de ser-lhes extrínseca e exigida com a mesma convicção com que deve ser praticada.

Páscoa Feliz!
jpv

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