Crónicas de Maledicência - Cada uma na sua avenida


Crónicas de Maledicência - Cada uma na sua avenida

Hoje é o dia 1º de maio. É, internacionalmente, o dia do trabalhador. Não é o dia de um continente, não é o dia de uma federação de países, não é o dia de um país, não é o dia de um partido e, por certo, não é o dia de uma central sindical. Este dia pertence a todos os trabalhadores do mundo. Ponto.

Hoje, acordei com a notícia de que as duas centrais sindicais portuguesas, CGTP e UGT, fariam duas manifestações. Cada uma na sua avenida, dizia o senhor da rádio. Fui confirmar e é verdade. Acho vergonhoso. Acho patético e acho de uma burrice confrangedora. Numa altura tão difícil, numa altura em que os trabalhadores de todo o mundo e os portugueses, em particular, enfrentam tempos difíceis, de grande agressividade social, as duas centrais sindicais portuguesas não são capazes de pôr as suas diferenças de lado e unirem-se quanto a um princípio comum básico: a defesa dos trabalhadores. As condições de trabalho degradam-se, os cortes salariais são um facto crescente, há despedimentos por todo o lado, o desemprego cresce, e as duas centrais sindicais nacionais não são capazes de unir os trabalhadores no dia dos trabalhadores. Lamentável. Pobre exemplo do país que somos e não deveríamos  querer ser.

Curiosamente, hoje, 1º de maio de 2012, pela primeira vez, uma grande superfície nacional, o Continente, está de portas abertas. Tradicionalmente, esta empresa fechava em dois dias do ano. O 1º de janeiro e o 1º de maio. Este ano, a superfície vai estar aberta no dia do trabalhador. O que é que isto tem a ver com os dois parágrafos anteriores? Tudo! Não admira que o Continente consiga abrir as portas no dia 1º de maio. As centrais sindicais estavam ocupadas a organizar as suas manifestações. Cada uma na sua avenida!

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