Encarnado
Há, nesse vestido encarnado,
A letra vertiginosa
De um fado.
E há, no teu peito sardento,
A luz de um fogo ardendo,
De um desejo queimado.
Tens curvas em convite,
Concebidas para aguçar-me o apetite
De aventuras,
De loucuras,
De paixões,
De palavras abafadas pelas emoções.
E tens volúpia no olhar,
Prato picante e forte,
Condimentado pelo teu decote.
Só te falta sorrir...
Ou talvez não,
Que é bem séria, a pose,
De teu seio
Desenhando-me a mão.
jpv