Via Crucis - Sexta Estação










VI- Sexta Estação



Verónica limpa o Rosto de Jesus






Terá o teu nome, esse pano,
E correrá do Mundo
As sete partidas.
Dia após dia,
Ano após ano,
Todas as fronteiras serão vencidas.
E vingará teu gesto
Na sua simplicidade,
Será a bandeira
Da caridade.

Que rosto me limpas, Verónica?
Que manchas vês?
Já não tenho rosto!
Dei-o por meu Pai,
E depois entreguei as mãos,
E agora o fôlego deste corpo que cai.
Não te importuna meu sangue impuro.
Não te aflige meu suor.
Limpas a face deste homem sem futuro
Que morre por um tempo melhor.
Mas não virá!
Terei de morrer
Outras vezes ainda,
Que o pecado dos homens
Não finda.
Tu mesma pecarás, Verónica,
E este teu gesto
Que me limpa
Não te lavará a alma.
Por isso terei de voltar
E morrer de novo.
Também por ti!

Pelo que vi e senti
Neste Mundo infetado,
Tem raízes fortes e fundas
O pecado.
Precisava de uma mão como a tua
Que fosse de porta em porta,
De rua em rua,
Limpar o pecado do mundo
Com pano prenhe e fecundo
De caridade.

E é por isso que reclamo e protesto:
Humanos, pecadores e impuros,
Repeti, de Verónica,
O gesto!
jpv - Via Crucis - VI

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