Geografia da Alma



Geografia da Alma

Não peças
O que não tenho
Para dar-te.
Não queiras
O desenho
Que não sei desenhar-te.
Não sintas
Por mim
Esses sentimentos
Que são teus.
Não procures nos teus meandros
Os meandros meus.
Não me guies os passos,
Não me estendas os braços,
Generosos e oferecidos.
Quanto mais os estendes,
Mais os meus se sentem perdidos.

Não sejas a minha luz,
Nem a mão que me conduz,
Não sejas para mim nada.
Apenas a suave alvorada,
A alma
Pela minh' alma amada.
Não queiras o meu espaço.
Oferece-me, só,
O teu regaço
E recebe nele a minha entrega.
jpv

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