A Culpa é da Língua Portuguesa


Olá!

Lembram-se de uma discussão no parlamento português, aqui há umas semanas atrás, sobre se um tipo podia voltar a ser Presidente da Câmara ou Presidente de Câmara?

Pois, a verdade é que tenho cá em casa um patê que sofre do mesmo mal. É uma patologia denominada de "A Culpa é da Língua Portuguesa". Eu explico. Comprei em Maputo um patê produzido em Portugal que, diga-se de passagem, é muito saboroso, faz uma excelente sandes e chama-se "Patê Perdiz". Ora, quando entramos num supermercado e vemos na prateleira um patê chamado perdiz, achamos que ele é de quê? Perdiz, certo? Pois, acontece que este patê está num frasco que tem escrito "Patê Perdiz", não tem escrito "Patê de Perdiz". Ou seja, o burro fui eu que não percebo nada de Língua Portuguesa, embora a ensine. A verdade é que se não está lá o de, então pode chamar-se perdiz mas ser de... de... de... fígado de porco! Mai nada! A verdade é mais complexa. Aquilo tem toucinho de porco e carne de perdiz num fabuloso total de 19%. Depois tem fígado de porco em quantidade incerta e por fim tem uma carrada de ingredientes e conservantes todos misturados. Esta doença atua assim: os produtores fizeram o patê e queriam chamar-lhe "Patê Mixórdia de Carnes", mas sempre que iam para escrever o título, a única palavra que conseguiam escrever era perdiz! É uma desgraça. Assim uma espécie de dislexia dos valores! Parece que ainda não tem cura.

Enfim, deixemo-nos de coisinhas pequenas e morfemos alarvemente o dito patê. Uma coisa é certa, teremos sempre a certeza de que uma qualquer parte de 19% do frasquinho foi em tempos uma alegre e bem disposta perdiz!

Coitadinhas da ceboila e da cenoira, estavam desidratadinhas de todo!

--- jpv ---

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