A menina do chapéu de palha

Entras nas pessoas
De mansinho,
Quase sem te anunciares,
Mas há um brilho e uma vida
Que transportas no olhar
E marcam com inquietação
A tua presença,
A tua intenção.
Baila em ti certa curiosidade
E uma insatisfação constante
Assim como se percebesses
Coisas ocultas,
pensamentos ausentes,
O que foi dito e o que ficou suspenso.

E vem contigo
Essa aura de contradição
Que é ver em ti a criança
E a mulher em tentação.
E a mais bela explicação de ti
É que não há palavras para explicar-te,
Saltitas pensamentos e versos,
Abalas crenças e convicções
Só porque uma vez sem exemplo,
Sem razão nem nada que o valha
Enfeitaste o mundo cinzento
Com a beleza de um chapéu de palha.

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