"Com Amor," - Documento 10


Verónica,

Não tenho qualquer dúvida de que a graça do Universo está nas mulheres. Adoro o seu porte, o seu acolhimento dos outros, a forma como se movimentam, os gestos, a voz e as linhas curvas e graciosas dos seus corpos. Se há harmonia no mundo, ela está no vosso corpo. Já as mentes são corajosas, são preocupadas, são dedicadas e altruístas, mas também podem ser muito complicadas, exasperantes, mesmo.

Eu, pessoalmente, sou um homem básico e simples. E gosto de ser assim. Sou frontal e confrontador e gosto de ser assim. Digo o que penso e assumo as consequências e as responsabilidades.

Gosto de futebol. Devoro futebol. Respiro futebol. As mulheres não costumam gostar muito disso nos homens, mas é assim que sou. Sportinguista até à raiz dos cabelos e, como tal, injustiçado por natureza. Oiço música. Muita música. Não interessa qual. Eu não sou o tipo de pessoa que tem cantores e bandas preferidos. Ouço o que gosto e gosto de muita coisa diferente. Clássica, Mozart, Chopin, Lizst... Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Pink Floyd, Stones, Leonard Cohen, Nat King Cole e, claro, Sinatra. A música, comigo e acredito com a maioria das pessoas, varia com o humor. Dependendo da minha disposição, ouço tipos de música diferente.

Amo a minha mulher e os meus filhos. Não sou um marido perfeito, cometo erros, claro. E até nem acredito na monogamia. Acho a monogamia um colete de forças de que a Humanidade anda a tentar libertar-se há séculos. E porquê? Porque é contra natura. A monogamia é o preservativo da religião. Mas adoro a minha mulher e não me vejo a partilhar a vida com outra pessoa. Os miúdos, os meus rapazes, são outra história. Daria a vida por eles sem hesitar. Tento que cresçam autónomos e com espírito crítico, mas não está fácil. Educar é talvez a tarefa mais difícil que nos cabe nesta vida que cada um de nós veio viver. Gosto do meu trabalho. Neste caso, do nosso trabalho. Faço-o por vocação, com gosto. Não sei se sou, como dizias, um bom profissional. Sei que luto contra os meus erros todos os dias e, para isso, há que reconhecê-los primeiro o que nem sempre é fácil quando agimos acreditando no que estamos a fazer. Mas é possível.

Deixei para o fim deste sreeptease da alma, algo que referiste e me tocou imenso. O mar. É um vício para mim, o mar. Eu nem preciso fazer nada com ele. Basta-me olhá-lo. Adoro olhar o mar e embalar nele a minha imaginação. O mar é criador e é um analgésico para a mente. Liberta dos problemas e traz esperança. Acho que pelo menos isso temos em comum. Acho que as pessoas corajosas, aquelas que são capazes de enfrentar a vida e fazê-la acontecer, gostam do mar e é nele que bebem as suas forças. Esta teoria é minha, é falível e não tem qualquer espécie de comprovação, mas tu és uma boa evidência, um caso de estudo, mesmo. :)

Hoje, minha amiga, fico-me por aqui.Estou cansado. E nu.

Rui.

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