"Com Amor," - Documento 11



Ai rapaz, rapaz...A que Rui respondo eu? Ao do mail anterior ou ao deste?Tu não és bipolar nem nada?

Quando li o mail anterior preparei-me para te desancar! "Arranja um namorado". Ai que atrevimento! Mas quem és tu? Por acaso não estavas a oferecer-te, não?

E depois o Rui deste mail. Um marido apaixonado, um pai dedicado, um homem que admira a graça feminina e, até certo ponto, consegue compreender-nos. Mas quem és tu, Rui? Deste segundo Rui, eu podia ser muito amiga. A única coisa que eu mudaria neste teu último mail era o título. Será possível que vocês, homens, andem sempre com a cabeça cheia de mulheres despidas agarradas a varões?

O teu problema, Rui, é que andas a confundir sexo com amor. Eu até concordo contigo em relação à monogamia, mas se estivermos a falar exclusivamente de sexo. O amor, quando o amor é verdadeiro e forte, ele pode ser exclusivo por opção. O amor pode ser pleno e preencher-nos de tal forma que não queiramos outras pessoas ou soluções, nem precisemos delas.

Com aquela conversa do mar é que me levaste à certa. Temos o mar em comum, Rui. Adoro o mar. Sabes, a revolta do mar tranquiliza-me porque é geradora de vida. O mar regenera, Rui. É imenso, infinito e poderoso. O mar devolve-nos o ser, traz-nos respostas de longe. Gosto, como tu, de olhar o mar. Quem sabe, um dia olhamos o mar juntos?

E Deus, Rui, não me falaste de Deus. Reconcilia-me com Ele. Acho que é tarefa impossível. Estamos de costas voltadas. Estranhei que não dissesses nada...

Falar-te-ei dos meus filhos e quero que me fales dos teus, mas não agora. Agora quero que me peças desculpa pelo teu atrevimento e me fales de Deus.

Verónica.

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