Nocturno

Nocturno

A noite veste a terra
E tinge o mar de breu.
Um ar cálido e perfumado de jasmim
Envolve os corpos
Que exibem a sensualidade
Do calor.
Um casal passa de patins
E outro, vestido parta a noite,
Desliza de mão dada.
Trinta e oito graus
De lazer.
Sardinhas espetadas em paus,
A arder.
A luz irrompe das lojas,
Ilumina nas ruas a gente.
Ao longe ouve-se um homem
Chorando um destino
Numa canção dolente.
Junto aos pais correm
Crianças agitadas
E outras jazem adormecidas e fatigadas.
Passam dois rapazes abraçados
E, ao fundo, no mar escuro,
Dois corpos mergulhados
Entregam-se em beijos nocturnos e salgados.
jpv

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