Os dias eram maiores. As coisas e os espaços também. E havia luz. E havia esperança. E tudo isto tinha uma pujança... criadora. Eu, sei, não te procurei. Tu, tenho a certeza, não me procuraste. Esbarrámos como disse o Tojal acerca da Patrícia e do miúdo que passeava com o avô e o bornal. Esbarrámos. Encontrámos as mãos nas mãos, os lábios nos lábios, o olhar no olhar e, mesmo antes de acordarmos do encanto, já tínhamos a vida na vida. E essa vida, essa entrega, esse dar e esse receber sempre renovados, sempre incertos que venho celebrar.
É preciso celebrar o amor.
É preciso celebrar a vida.
Sabes, não são todos os amores que resistem a 25 anos de desgaste. Sim, sejamos sinceros e honestos, a vida e a partilha desgastam os corpos e almas dos envolvidos, mas é precisamente por isso que se chamam vida e partilha. E o mais engraçado é que os 25 anos hoje celebrados, hoje, esta data interessante e esquisita - 11/11/11 - não são uma vida. São uma parte dela. Significativa. Intensa. Plena de alegrias e sorrisos e também com tristezas e lágrimas. Mas só uma parte da vida. Esta parte onde cabe o fazer de um filho, criá-lo e amá-lo para sempre... Sempre! É curioso que eu acho esta palavra - SEMPRE - uma mentira. Nada é para sempre, nem a própria ideia de sempre. Com uma exceção: o AMOR. E, sejamos claros, o amor que nos temos, assuma as formas que assumir, é para sempre, tantas e tão diversas e tão ricas foram e são as vivências. Mas há o amor por ele que, para além da sua intrínseca eternidade, será sempre nosso!
E é por isso que hoje te celebro, me celebro, celebro o nosso filho e, sobretudo, o amor que o trouxe ao mundo e por cá continua. Há 25 anos éramos só dois miúdos apaixonados. Hoje, desejo com todas as forças que possamos ser, sempre e só, isso.
jpv