"Com Amor," - Documento 73



Meu Querido José Pedro,

Nunca, por um momento só que fosse, duvidei das tuas intenções. Percebi, desde logo, a tua dádiva, a tua intenção de todos ficarmos melhor. Entendi a tua estratégia de unir-nos e isso eu amo em ti. O que me assustou foi o detalhe e o acabamento da proposta. Ela é linda, mas contém opções que hão-de determinar a forma como educamos os nossos filhos e essas necessitam ser ponderadas e debatidas e as decisões que daí advierem precisam ser partilhadas.

Sobre património nem sei que hei-de dizer-te. Que te compreendo. Que até certo ponto concordo contigo. Mas também que o maior património que podemos deixar aos nossos filhos é amá-los e ensiná-los a amar, é proporcionar-lhes ferramentas com que possam defender-se quando já cá não estivermos, é o respeito, o trabalho, a paixão, o amor colocado em cada pensamento e em cada gesto. Casas e carros e terrenos não são património, José Pedro, são uma amálgama de coisa nenhuma, perecível e efémera. O verdadeiro património, meu querido, é o carácter que conseguirmos construir neles, a força que lhes incutirmos e a capacidade de resistirem às adversidades. 

Eu amo-te muito, meu amor, mas é a ti que eu amo. Não àquilo que possuis. E quero que o meu filho seja capaz deste amor puro e genuíno antes e depois de todas as outras coisas...

Tua, sempre tua,

Tânia. 

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