Olá Tânia,
Eu devo ser a
pessoa menos indicada para ajudar-te e a razão é simples. Há alguns que vivo
esse problema com a Patrícia e não o consegui resolver ainda. Com uma
agravante, eu entreguei-me a essa ideia e a esse modo de vida. Fi-lo por amor e
por isso assumo todos os compromissos inerentes, mas hoje sei que não me revejo
nessa forma de estar e nesse modo de vida. É tudo demasiado efémero, Tânia,
para que nos percamos nesses esforços hercúleos que não nos levam senão ao
desgaste e à desilusão.
Vamos ao teu caso.
Do teu texto retive dois ou três aspectos em que talvez possa ajudar-te ou,
pelo menos, dar a minha opinião. Falas em dois conflitos, num com o Zé Pedro e
noutro contigo mesma. O que tens de resolver primeiro, Tânia, é o teu. Tens de
definir para ti, e até com uma boa dose de egoísmo, aquilo que queres da vida
neste momento e aquilo que queres da vida a longo termo. Nessa vontade
intrínseca encontrarás os teus princípios. Não te desvies deles. Esse é o preço
que não podes pagar.
Sempre dizemos a
quem atravessa esse tipo de problema para conversarem e comunicarem. Vejo que
já fizeste isso, embora, de facto, nunca seja demasiado. O essencial, Tânia, é
que tomes a tua decisão em paz contigo própria. Podes resistir a tudo, mas não
resistirás à ausência da tua paz interior. Como te disse, fiz esse caminho de
crescimento financeiro, patrimonial e social e acho que nunca me senti mal
porque estive sempre em paz comigo, mas ultimamente ando agitado, sinto que me
traí a mim mesmo e apetece-me começar do nada. A minha mulher, ao contrário,
pretende continuar a "crescer" e este tem sido o motivo central do
nosso conflito.
Não sei se ajudei
ou... compliquei!
Tentei,
Até sexta.
Rui.