Querida Verónica,
Quando te conheci
fiquei a gostar mais do mundo por tu estares nele, mas eu já era o homem que
sou hoje e já tinha os meus filhos. Para mim, nada que diga respeito aos meus
filhos é "paralelo", como tu lhe chamaste, porque eles são o centro
da minha vida, a minha razão de viver.
Achei interessante
que em relação ao nosso problema com a minha filha tenhas referido "a
forma como ela encarou o nosso relacionamento" e no que diz respeito ao
nosso problema com o teu filho te tenhas referido a ele como "a forma como
lidaste com o meu mais velho". Tu não podes estar sempre fora dos
problemas, nem os teus filhos, por mais que os ames. Eu posso conversar com a
minha filha, mas tenho de respeitar a sua maneira de ver a situação. Ela é uma
mulher, Verónica, também já tem filhos, não pode ser tratada como uma gaiata
que está com ciúmes da namorada do pai. Já o "teu mais velho" está a
ser um bocadinho infantil, certo?
Sim, doce Verónica,
temos de harmonizar, mas isso não pode significar adoptar sempre a tua
perspectiva só porque é... a tua!
Com Saudade,
Eduardo Luís