Bom dia Patrícia.
Não sei se está
recordada de mim, provavelmente não. Chamo-me Alberto Honorato e fui casado com
uma colega do seu ex-marido, a Laura Duarte. Foi a própria Laura quem, em
tempos, me deu o seu endereço de e-mail. Não sei, sequer, se é o mesmo pelo que
esta mensagem pode simplesmente perder-se. Se a receber, peço-lhe o favor de,
ao menos, me informar que a recebeu. Responder-lhe dependerá de si.
Nós cruzámo-nos em
alguns almoços da empresa em que eles trabalham. Na altura íamos ambos a esses
almoços na qualidade de esposos. O que sempre reparei em si é que ficava à
parte das conversas em voz alta que nada tinham que ver connosco. Teve sempre
uma atitude absolutamente reservada. Eu sou exactamente assim. De resto, esta
mensagem constitui uma ousadia sem precedentes. Não condiz com a minha forma de
estar nem de agir. Acontece que, em boa verdade, já fomos apresentados diversas
vezes (eles esquecem sempre que já o fizeram) e não pode dizer-se que somos
propriamente desconhecidos.
Não sei se sabe,
mas eu estou divorciado há cerca de três anos e soube recentemente que a
Patrícia e o Rui se haviam divorciado também.
Não se ofenda com a
ousadia deste contacto. Ele não tem outro intuito que não seja o de propor-lhe
que conversemos. Porquê? Pelos jantares em que participámos como
"apêndices" pressenti que poderíamos ter alguns traços de carácter
semelhantes, compatíveis, se quiser. A reserva, o recato, talvez certa
insegurança...
Enfim, nunca entrei
em contacto consigo por razões óbvias. Agora, contudo, nada encontro que impeça
possamos conversar um pouco. Honestamente, nem sei bem sobre o quê, mas admito
que consigamos encontrar assunto à volta de um café..
Por favor, não se
sinta pressionada a rigorosamente nada.
Até Breve,
Alberto Honorato