"Com Amor," - Documento 97


Bom dia Patrícia.

Não sei se está recordada de mim, provavelmente não. Chamo-me Alberto Honorato e fui casado com uma colega do seu ex-marido, a Laura Duarte. Foi a própria Laura quem, em tempos, me deu o seu endereço de e-mail. Não sei, sequer, se é o mesmo pelo que esta mensagem pode simplesmente perder-se. Se a receber, peço-lhe o favor de, ao menos, me informar que a recebeu. Responder-lhe dependerá de si.

Nós cruzámo-nos em alguns almoços da empresa em que eles trabalham. Na altura íamos ambos a esses almoços na qualidade de esposos. O que sempre reparei em si é que ficava à parte das conversas em voz alta que nada tinham que ver connosco. Teve sempre uma atitude absolutamente reservada. Eu sou exactamente assim. De resto, esta mensagem constitui uma ousadia sem precedentes. Não condiz com a minha forma de estar nem de agir. Acontece que, em boa verdade, já fomos apresentados diversas vezes (eles esquecem sempre que já o fizeram) e não pode dizer-se que somos propriamente desconhecidos.

Não sei se sabe, mas eu estou divorciado há cerca de três anos e soube recentemente que a Patrícia e o Rui se haviam divorciado também.

Não se ofenda com a ousadia deste contacto. Ele não tem outro intuito que não seja o de propor-lhe que conversemos. Porquê? Pelos jantares em que participámos como "apêndices" pressenti que poderíamos ter alguns traços de carácter semelhantes, compatíveis, se quiser. A reserva, o recato, talvez certa insegurança...

Enfim, nunca entrei em contacto consigo por razões óbvias. Agora, contudo, nada encontro que impeça possamos conversar um pouco. Honestamente, nem sei bem sobre o quê, mas admito que consigamos encontrar assunto à volta de um café..

Por favor, não se sinta pressionada a rigorosamente nada.

Até Breve,

Alberto Honorato

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