Boa noite, Alberto,
Só hoje reparei que
tinha a sua mensagem no G-Mail. Pela data, ter-me-á escrito há uma semana
atrás. Peço desculpa por só agora responder, acontece que sou bastante avessa a
esta coisa das comunicações digitais. Só uso o e-mail por razões profissionais
e, mesmo assim, sempre que posso, evito-o. Detesto a banalização dos conceitos
de conhecimento, amigo, amizade, etc... da mesma forma que não me agrada a
exposição a que ficamos sujeitos. Os meus filhos bem me incitam ao uso, mas eu
reservo-me. A sua mensagem, por exemplo, esteve prestes a ser apagada.
Valeu-lhe o título. É interessante.
Eu percebo porque
foi para si uma ousadia. Para mim, esta resposta constitui um gesto inusitado.
Há, contudo, dois aspectos que me levam a responder-lhe: o facto de,
efectivamente, já o conhecer, como referiu, e por ter pressentido em si uma
pessoa muitíssimo prudente e educada. O respeito com que fez a sua abordagem,
perdão, o seu contacto, foi determinante.
Sim, já havia
notado em si o que notara em mim. A timidez ou, pelo menos, a reserva. Nunca me
senti confortável naqueles encontros e percebi o mesmo desconforto em si.
Do seu divórcio e
do meu falaremos em presença se isso alguma vez vier a constituir assunto. Não
penso em nada, neste momento, que não seja em mim e nos meus filhos, logo, está
de parte a hipótese de qualquer relacionamento, mas gosto de conversar com as
pessoas em que confio. São poucas.
Talvez venha a
confiar em si. Acho que vou confiar em si.
Tomaremos um café e
conversaremos. O assunto há-de surgir.
Cumprimentos,
Patrícia Sousa