"Com Amor," - Documento 98


Boa noite, Alberto,

Só hoje reparei que tinha a sua mensagem no G-Mail. Pela data, ter-me-á escrito há uma semana atrás. Peço desculpa por só agora responder, acontece que sou bastante avessa a esta coisa das comunicações digitais. Só uso o e-mail por razões profissionais e, mesmo assim, sempre que posso, evito-o. Detesto a banalização dos conceitos de conhecimento, amigo, amizade, etc... da mesma forma que não me agrada a exposição a que ficamos sujeitos. Os meus filhos bem me incitam ao uso, mas eu reservo-me. A sua mensagem, por exemplo, esteve prestes a ser apagada. Valeu-lhe o título. É interessante.

Eu percebo porque foi para si uma ousadia. Para mim, esta resposta constitui um gesto inusitado. Há, contudo, dois aspectos que me levam a responder-lhe:  o facto de, efectivamente, já o conhecer, como referiu, e por ter pressentido em si uma pessoa muitíssimo prudente e educada. O respeito com que fez a sua abordagem, perdão, o seu contacto, foi determinante.

Sim, já havia notado em si o que notara em mim. A timidez ou, pelo menos, a reserva. Nunca me senti confortável naqueles encontros e percebi o mesmo desconforto em si. 

Do seu divórcio e do meu falaremos em presença se isso alguma vez vier a constituir assunto. Não penso em nada, neste momento, que não seja em mim e nos meus filhos, logo, está de parte a hipótese de qualquer relacionamento, mas gosto de conversar com as pessoas em que confio. São poucas.

Talvez venha a confiar em si. Acho que vou confiar em si.

Tomaremos um café e conversaremos. O assunto há-de surgir. 

Cumprimentos,
Patrícia Sousa

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