A perfeição
Do teu olhar
Estava naquilo que vias.
O brilho
Da paisagem
Morava no que sentias.
E eras criança
Na forma como cruzavas as mãos.
E tinhas esperança
Na verdade de sermos irmãos.
E tinhas uma paisagem
Entrecortada de luz
E escuridão.
Uma suave miragem
Semeada, fundo,
No teu coração.
Não te salvei.
Trouxe-te
E perdi-te.
E ainda hoje damos
As mãos no vazio
E as preenchemos
Uma com a outra.
À procura do calor
E do arrepio
Da palavra sã
E da saudade louca.
Relembro-te inocente.
Inocente te vejo.
A tua mão fechada na minha
A carícia fraterna de um beijo.
Tremi por ti.
Por ti temi.
Mas foi a tua existência pequenina
Que me não deixou perder
De mim.
Fui teu guia.
Teu Universo
Circunscrito
E seguro.
Foste meu farol,
Minha razão.
Só soube que existia
Quando senti na minha
A tua mão.
jpv