Crónicas de África - Transportes


Transportes

Maputo, 26 de setembro de 2012

Primeiro surge a necessidade de uma pessoa se deslocar. Depois a pessoa pode estar em Maputo ou noutro lugar qualquer do mundo. Aqui, a oferta é variada e para todos os gostos. O importante é que funcione, se funcionar. Comecemos pela tchova. A tchova é uma carroça com dois pneus enormes, carregada de fruta, pneus, colchões e mais o que calhar e é empurrada por uma ou mais pessoas. É um meio de transporte vocacionado para o comércio e transações. Depois há a chopela. A chopela é uma moto com três pneus, um à frente e dois atrás. À frente vai o condutor e atrás tem um banco onde podem ir até duas pessoas. É barato e quando chove é completamente desaconselhado porque à passagem dos outros carros nas poças de água, os transportados em chopela tomam banho! Logo a seguir na escala de meios de transporte surge o chapa de que já aqui falámos. É uma Hiace de nove lugares com uma carrada de gente lá dentro. É barato. Atravessar toda a cidade custa menos de 0,50€. Um dia destes, no Facebook, um artista colocou a notícia "Acidente com mini-bus em Maputo" e colocou uma foto de um chapa. Foi uma generosidade de expressão. Também há o chapa em versão large. É o mesmo conceito, mas numa carrinha de caixa aberta. Cabe sempre mais um! Também há autocarros. Acontece que são poucos e param quando há cortes no abastecimento de gás porque se movimentam com esse combustível. A opção mais estável é o táxi. Há muitos em Maputo e, claro, são mais caros do que a chopela ou o chapa. Andar de táxi tem as suas particularidades. Ao contrário de Lisboa, em Maputo os taxistas têm, na generalidade, uma condução prudente. Ou então sou eu que ando com sorte. Mas a verdade é que os carros são antigos e precisam de manutenção, então eles tentam poupá-los e fazem uma condução cautelosa. O preço discute-se antes da viagem e não há taxímetro. Uma viagem aproximada, em distância, à deslocação Marquês de Pombal > Santa Apolónia custa 200 meticais, ou seja, cerca de 6€.


A melhor forma de ter mobilidade é comprar um carro. Pode comprar-se cá ou importar do Japão. Normalmente são carros automáticos. O trânsito em Maputo é como a cidade: caótico, mas corre tudo bem. As regras respeitam-se quanto baste. Por exemplo, havendo volantes à direita e circulação pela esquerda, seria de esperar que a prioridade fosse de quem se apresenta pela esquerda. Nada disso. Manteve-se a regra antiga, tem prioridade quem se apresenta pela direita, contudo, quase ninguém liga a isso. Os condutores chegam a um cruzamento e quem chegou primeiro ou quem se chegar à frente mais depressa é quem passa... Toda a condução é um bocado a olho. A polícia bem que anda a fazer um esforço, mas já vi diversas vezes pessoas com jipes ultrapassarem uma fila de carros por cima do passeio... havia espaço! Há semáforos e respeitam-se, mas os semáforos nos cruzamentos são muito engraçados. Há um semáforo no início do cruzamento e outro do lado de lá que repete o sinal deste daqui... é para a malta não se esquecer! Não é uma cidade onde haja muitos acidentes apesar de parecer que está sempre para acontecer um!
jpv


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