Mão Divina


Mão Divina


Cai certa,
Esta chuva,
E em profusão.
Escorre pelas paredes,
Galga o chão.
A cada esquina,
Um riacho encontra outro,
E a carreira que era fina
Agora abre rios
De lavar a cidade.
Arrasta as folhas
Varridas e amontoadas.
Empurra terras e areias
E as garrafas abandonadas.
Traz esse silêncio
E esse respeito
Que é desfazer
O que o homem tinha feito.
E passam três crianças
Em calções e descalças,
Trazendo por seu
Só isso
E a chuva que cai do céu.
Ressoa forte
E sonora
Nos telhados aqui à volta.
Um homem que esperava
Foi-se embora...
E passa esta mão
Divina
Banhando a cidade,
Recolhem-se as pessoas,
Expõe-se a verdade.
jpv

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