Vinte e Seis

Vinte e Seis

Faz hoje vinte e seis anos que nos conhecemos. Ao certo, ao certo, não sei bem que significado isso tem nas areias do tempo, no infindável devir dos sóis. Mas sei que para nós tem sido um caminho de partilha, de comunhão, e temos sido, sobretudo, companheiros.


Passaram-se os momentos difíceis e passaram-se os agradáveis também. Vieram as dúvidas e as indecisões misturar-se com as certezas.


Lembro bem esse dia 11 de novembro do longínquo ano de 1986. Um fim de tarde, a malta a encontrar-se junto ao Gil Vicente, tu a chegares enfiada num fato de treino cor de rosa, um jogo de bola contra os seminaristas, uma noite aquecida de castanhas e água pé, as conversas, as intimidades, e o início de todas as coisas.


Hoje, 26 anos depois, temos um rasto de vida em comum que começou nessa noite e donde emerge o nosso filho. Teríamos, agora, idade para ter juízo. Mas não temos. Não sei mesmo se a nossa vida alguma vez teve aquilo a que chamam normalidade. É bem provável que não. E tu estás aí dormitando e eu estou aqui espreitando o Benfica, e isto à nossa volta é África. A terra onde viemos recomeçar e reinventar todas as coisas que já tantas vezes recomeçámos e reinventámos.


É preciso que saibas que te reconheço a constança, a lealdade e, fundamentalmente, o amor que me tens. Incomensurável e firme. É preciso que saibas que hoje não quereria ter passado este dia com mais ninguém. Talvez não seja isto muito... talvez... mas é tudo o que sou e o que sou pertence-te.

jpv


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