Vermelho Direto - Uma Questão de Requisito


Vermelho Direto - Uma Questão de Requisito

Já está! A mais recente aquisição do Futebol Clube do Porto, de seu nome Josué, disse as primeiras palavras como jogador daquela coletividade: "Não gosto do Benfica."

Amigo Josué, para que saiba, se gostasse, não o contratavam. É já uma longa tradição do FCP não jogar a favor de si mesmo, mas contra os outros, o Benfica em particular. É uma forma de estar na vida e no futebol que não aprecio mas que, reconheço, tem dado frutos. E frutas. Quando se passa a fazer parte dos quadros do FCP deve lá haver uma espécie de juramento de bandeira, só que, em fez de se jurar fidelidade ao Porto, jura-se infidelidade ao Benfica. Houve, mesmo, quadros daquela coletividade que, ao longo dos tempos, foram contratados só para dar cacetada e fazer afirmações de bairrismo exacerbado em nome da coletividade e exclusivamente contra o SLB. Por aí se percebe a grandeza de quem a tem como já aqui foi explicitado em escrito anterior. Se o meu amigo dissesse "Gosto do Porto" ou "Amo incondicionalmente o Porto" ou "Sou capaz de morrer em campo pelo Porto" ninguém ia reparar que tinha sido contratado, o meu amigo nem sairia do seu anonimato. Lá está, é como eu digo, a senhora da limpeza do Estádio da Luz tem mais projeção do que certas coletividades no seu todo.

Agora, se o meu amigo é contratado pelo FCP, mas faz uma declaração com o nome de um clube que tenha grandeza intrínseca, como é o caso do SLB, aí, já os holofotes da fama se fixam em si. E de que maneira! Muito bem jogado da sua parte. Além do que, convenhamos, é uma frase repleta de ética, de civismo, de fair play, é uma afirmação bonita que deve orgulhar o próprio e quem o contratou. Começa bem, isto. Mas nada que surpreenda. A mesma receita de há vinte anos para cá! Ou serão quarenta? Já é uma questão de requisito.
jpv

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