Na Margem do Saber


Na Margem do Saber 
 
Morres na margem
Do saber.
E enquanto te esvais
Não sabes que estás a morrer.
Habitam em ti fantasmas,
Almas negras,
Medos do mar profundo.
Tudo em ti é superficial
E habita as orlas do mundo.
Afinal o teu mar era uma piscina,
A tua mulher, uma menina,
A tua vida, uma ilusão.
Agarras uma mão
Com a outra mão
E julgas-te agrilhoada.
A tua mente tem medo
De tudo...
E de nada.

Tens esse véu
A tolher-te a visão.
Tens só uma leve 
E imprecisa sensação
De que é luz.
Mas não é.
É uma treva escura,
Uma cortina semi-cerrada,
Um obstáculo intransponível.
A tua visão é invisível
E tem nome.
Chama-se Ignorância.
E o limiar da dor
Não me vem daí.
Vem de não saberes,
Vem de ignorares os poderes
De pensar,
Vem de agires por selvagem instinto
Na margem desse
Inacessível recinto
A que chamo consciência.
Viver não é uma ciência.
É a pura e única verdade,
Viver é respeitares com a tua
A minha Liberdade!
jpv

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