ErotiKa - O Erotismo da Ignorância


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jpv
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ErotiKa - O Erotismo da Ignorância

Estão num hotel com decoração rústica. Sentam-se lado a lado num enorme sofá do átrio e ela diz-lhe:
- Isto é uma loucura. Ainda não sei porque aceitei vir contigo. Mal te conheço.
- Porque quiseste. Tal como eu quis cometer a insanidade de convidar-te.
Ela sorri e oferece-lhe um olhar terno e vencido. Ele sente-se confortado, inclina-se para ela e beija-a longamente. Sentiu-lhe o odor adocicado do corpo e a suavidade da pele. Não podiam continuar ali. Subiram. E a sinfonia dos corpos continuou. Não era bem uma sinfonia. Era mais um tango ritmado, compassado e sensual em erupções de êxtase. Ele despiu-a com gestos firmes, quase bruscos, acariciou-lhe o pescoço, beijou-lhe a face e os seios e as suas mãos procuraram-lhe as formas, preencheram-se com elas e exploraram-na com avidez. E ela entregou-se-lhe. Deixou-se conduzir até o acolher em si. E quando terminaram, a vertigem do desejo era tal que recomeçaram tudo de novo. Ela está de quatro na cama e oferece-lhe as nádegas alvas. Ele olha-as enquanto entra nela devagarinho. E acorda. E olha à sua volta e vê uma cama vazia. Está suado. Sonhou. Levanta-se, vai tomar um duche e masturba-se com as imagens eróticas do sonho ainda na cabeça. Percebe tudo. Percebe que possa ter um sonho erótico após a sua separação. Só não percebe porque o teve com ela. Tanto quanto sabe, ela nem sonha que ele existe. Não nota a sua presença para lá do Bom dia, Boa tarde. Colegas distantes... porquê ela? É uma mulher interessante, sim. Mesmo sensual, mas nunca lhe ocorrera tal possibilidade. Porquê emergir assim tão vívida e erótica num sonho? Não esqueceu. Mas desligou.

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O dia correu-lhe bem. Sente-se tranquila e realizada. Finalmente superou as perturbações da separação. As práticas, do dia-a-dia, e as da mente que são bem mais complexas. Está em paz consigo própria. Hoje, sim, talvez precisasse de um homem... precisamente porque já não precisa deles. Chegou a casa, tomou um duche, confecionou uma refeição simples mas requintada, apagou as luzes, acendeu uma vela, recostou-se no sofá com as pernas estendidas e o copo de pé alto na mão e foi pensando nas incidências do dia enquanto tocava com a ponta dos dedos, muito suavemente, na zona interior da coxa. Viu-o na mente, numa pose que ele costumava fazer quando se sentava à secretária, e intensificou as carícias. Encolheu ligeiramente as pernas e procurou-se debaixo da túnica. Encontrou-se quente e húmida e explorou os caminhos do prazer e da excitação. Demorou-se. Abandonou-se à fantasia do sexo vigoroso com ele depois de fechada a porta do seu escritório. Não terminou. Foi terminando. E quando se sentiu saciada, estava de novo em paz consigo e com o Universo. Percebe tudo. Só não percebe uma coisa. Porquê ele? É um homem interessante, sim. Mesmo sensual, mas nunca lhe ocorrera tal possibilidade. Porquê emergir assim tão vívido e erótico numa fantasia? Não esqueceu. Mas desligou.


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Por vezes, a vida faz planos por nós. Gere as nossas emoções como se nos conhecesse as vivências. E talvez conheça. Por isso lhe chamamos vida. Estiveram uns quinze dias sem ver-se. Nem mesmo à distância. Um fim de semana, uns dias de férias dele, outro 
fim de semana, uns dias de férias dela, outro fim de semana ainda e quando vieram a encontrar-se na cafetaria da empresa, acordou-se em ambos o que desligado ficara. Num impulso inexplicável e inusitado, mas perfeitamente natural entre colegas, ele dirigiu-se para ela, disse, Bom dia, desejou-lhe uma boa semana de trabalho, colocou-lhe uma mão nas costas como quem a ampara e deu-lhe dois beijos na face que ela retribuiu.

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Os lábios dela na face dele queimaram-lhe a pele e trouxeram-lhe à mente cada pormenor do sonho espontâneo e secreto. Sentiu-se estremecer de emoção como se os lábios dela fossem o centro do Universo e estivesse neles toda a suavidade, toda a sensualidade e toda a energia do mundo. Ela apercebeu-se de qualquer coisa diferente no olhar e na pose dele, mas não conseguiu identificar o quê.


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A mão dele nas costas dela. Sentiu-se acariciada, envolvida, puxada com vigor e possuída e toda a fantasia que tivera lhe correu a mente e a mão dele queimou-lhe a pele de ansiedade e desejo. Estremeceu de sensualidade e emoção e a sua face ruboresceu levemente. Pediu aos deuses que não se notasse. Mas notou-se. Ele viu esse rubor na face dela, percebeu-lhe qualquer coisa diferente no sorriso cândido, mas não conseguiu identificar o quê.


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Fizeram um brevíssimo compasso de espera, trocaram um olhar tímido, terminaram o cumprimento e voltaram às suas vidas na ignorância do erotismo.
jpv

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