O Mundial terminou. Ou não!

Pois é, 64 jogos e 30 dias depois, terminou a maratona futebolística que entronou a monárquica Espanha. Olé. Não me apetece fazer uma análise. Apetece-me só deixar algumas ideias e provocações acerca do maior evento desportivo do ano.

Em primeiro lugar, devo dizer que vi alguns jogos mas não tantos quanto gostaria. O trabalho é assim... está primeiro. Por essa razão as minhas ideias podem estar feridas de imprecisão, mas as ideias são assim, não precisam ser precisas, basta-lhes ser ideias.

1) A primeira ideia que me vem à cabeça é a de que o futebol está a ser assassinado pelo calculismo, pelo excesso de prudência e pelos sistemas defensivos. Ganhou uma selecção fechada, prudente, que não corre riscos e que, na minha modesta opinião, não entra em campo para jogar. Entra em campo para não deixar jogar. Parabéns aos vencedores. Mas os vencedores marcaram em todo o torneio só mais um golo do que Portugal conseguiu fazer em singelos 90 minutos.

2) A outra ideia é a de que, afinal, não são só os árbitros portugueses que erram. Este foi, para mim, um torneio onde houve demasiados erros graves. Como dizem os comentadores, com influência no resultado. Não vou listar. Vou só dizer que fomos eliminados na sequência de um desses erros. Não pensem que sou a favor das tecnologias no futebol. Longe disso. E depois reclamava-se de quem? Na!!! Bola que é bola tem de ter árbitro humano que erra.

3) Foi o Mundial de Forlán e do Uruguai. Humildade, garra, suor, sofrimento, erros, acertos, chama, e glória. Quase a ofuscar...

4) Também foi o Mundial da Espanha porque ganhou. Sempre à base de goleadas de um a zero mas o certo é que ganhou.

5) Foi o Mundial das equipas europeias. Excepto o Uruguai!

6) Foi um Mundial com poucos golos. E, ou me engano muito ou o golo é a festa da coisa. Tirem-se ilações, por favor.

7) Foi um torneio bem organizado mas teve um senão enorme: uma "bola que faz coisas". Acho que o senão é enorme porque a safada da bola prejudicou o espectáculo!

8) E, claro, foi o Mundial da irritante vuvuzela.

9) E foi o mundial das birras. As birras do Dani, do Deco, do Cristiano, dos franceses... Enfim, quem fez birra saiu mais cedo. Nisto, eu reparei!

10) Por fim, foi o mundial do Maradona. Eu acho que a malta da minha idade estava à espera de o ver entrar em campo e deliciar quem gosta do jogo e do virtuosismo artístico que ele potencia. Mas não aconteceu. O tipo, em vez de fazer o que sabe, amanhou onze nomes num papel, deu-lhes uns beijos nas fuças e atirou-os aos leões. Quase ia correndo bem. Mas, por mais que a malta goste de beijocas, só isso não chega para ganhar jogos, sobretudo se forem jogos com os alemães!

11) E agora, mesmo por fim e a terminar, para mim, que sou um lamechas e um romântico, e um tipo que gosta de estórias com beijos e que também gosta de beijos, este foi o mundial que valeu a pena porque produziu a mais extraordinária jogada de todas. Dispensa comentários. E prova que o Mundial não terminou com o apito derradeiro do árbitro. Fica aí o vídeo para se deliciarem com essa qualidade técnico-táctica. AHHH ganda Casillas!!! Afinfa-lhe!


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