"Com Amor," - Documento 21


Rui, meu homem Rui,
Não sei que te diga. Apetece-me ter a tua coragem e o teu desplante perante a vida. Pela primeira vez desde que nos escrevemos, vi ternura no teu atrevimento. Apetece-me pensar que o amor é um valor em si mesmo e que as outras coordenadas são geríveis separadamente, isoladamente. Mas, Rui, onde há amor, há sofrimento e uma mulher sabe isso. Toda a mulher sabe que, para amar, terá de sofrer. Toda a mulher sabe que, quando ama plenamente, pode contar com tudo, com toda a plenitude e todo o esplendor do amor, mas sabe também que não pode contar com nada. Nenhuma mulher vive segura do que representa para um homem ou do amor que ele lhe tem. São elementos, são sentimentos, são vectores incontroláveis e voláteis.
Não estavas a falar de sexo, Rui, eu sei, e foi isso que mais me assustou.
Verónica

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