Curva



Curva


Essa curva que desenhas,
Adormecida,
Suspende-me,
Por momentos,
Da vida.
Abandonada
Ao trepidar impessoal,
Entregaste no colo do sono
Os teus sentidos.
E, assim, prostrada
E vencida,
Olhos fechados,
Cabeça caída,
Como se o Mundo não existisse,
Exibiste essa curva,
Essa deliciosa linha, 
Inultrapassável fronteira
Entre a realidade
E a imaginação verdadeira.
São longas,
As tuas pernas,
Intermináveis
Rotas de prazer.
E despertam-me mais 
Para a vida
No teu momento de adormecer.
jpv

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