Crónicas de Maledicência - A Síndrome Juncker


A Síndrome Juncker

Quem é Jean-Paul Juncker?
É o Primeiro-Ministro do Luxemburgo!

Então qual é a autoridade que lhe assiste para afirmar que "Portugal não pode ter uma crise política"?
Nenhuma.

Mas fá-lo...
Claro! Governar Portugal a partir de fora tornou-se numa moda, pior, numa verdadeira síndrome!


A intervenção da Troika terá sido necessária do ponto de vista financeiro para salvar o sistema financeiro português. Em todo o caso, abriu um precedente perigosíssimo: haver quem, de fora de Portugal, sem qualquer legitimidade política, opine, faça ingerências e tente manipular a governação portuguesa.

Mais. Portugal é uma nação independente, com direito à autodeterminação que conquistou para si há muitos séculos e que tem ajudado a mobilizar para países que a não tinham. Acontece que, recentemente, qualquer artista de fato e gravata, de proveniência mais ou menos incerta, entende que pode governar Portugal. De facto, a subjugação da política ao pensamento financeiro aniquila as sociedades uma vez que aquilo que era um mero instrumento ao serviço das nações se transforma no objeto único, absorvente e assassino das próprias nações.

O mais grave é que se chegam a questionar instituições de soberania maior em Portugal como seja o Tribunal Constitucional. 

Portugal tem de respeitar os seus compromissos, sem dúvida. Mas essa gestão cabe-nos a nós fazê-la no respeito absoluto pela democracia. Se os portugueses quiserem uma crise política, têm o direito de a defender e a obrigação de assumir as responsabilidades por ela, quer os Junckers deste mundo queiram, quer não.

Querem governar? Tudo bem. Governem a casa deles. É que, olhando aqui em volta, não vejo nenhum país que possa gabar-se de não ter problemas. O melhor seria que Juncker e os outros se deixassem de tiques de arrogância e arrumassem a sua própria casa.

Portugal é livre. Sê-lo-á sempre.

Tenho dito.
jpv

NetWorkedBlogs