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Crónicas de África - Moçambicanização


Crónicas de África - Moçambicanização

Maputo, 22 de março de 2014.


Caro leitor, hoje, por razões que perceberás mais adiante, vou tratar-te por tu. Não leves a mal, não é falta de respeito. É moçambicanização.

Um dia destes, utilizei uma expressão tipicamente moçambicana no discurso e a pessoa que estava comigo comentou:
- Estás mesmo queimado!
Lembrei-me, então, que há por aqui duas expressões para quem está integrado e adaptado. Uma é "estar queimado" e a outra é "estar cafrealizado". Honestamente, parece-me que há certo tom pejorativo nas expressões, mas nunca tirei isso a limpo. Se estiver a ferir alguma suscetibilidade, desde já, peço desculpa. É pura ignorância. O facto de me dizerem que estava queimado agradou-me. Gosto desta terra, gosto de sentir-me integrado nela. Mesmo que isso implique mudanças. Afinal de contas, as pessoas mudam. Em África, mesmo as mais graníticas, acabam por mudar. As exigências da adaptabilidade falam mais alto.

Alguns dos sinais de mudança, alguns traços de moçambicanização, têm a sua graça, outros são peculiares e todos juntos contribuem para que, sendo os mesmos, sejamos outros.

Ya!
Uma das primeiras coisas a mudar é o registo discursivo, nomeadamente, a oralidade. O tom da voz, o bailado das frases e, claro, as expressões. Ya é a primeira delas. Em vez de sim ou outras expressões de afirmação e anuência, o Ya surge a marcar o início do processo de moçambicanização. Estava em Moçambique há três meses quando, numa reunião, alguém me disse:
- Já apanhaste o Ya.
Depois, lá vem o nice e, se um dia disseres que tens de ir para casa jobar porque ainda não corrigiste os testes todos, aí, estás para lá de moçambicanizado!

O Andar
Deixa de ser enérgico e determinado, mesmo que mantenha alguma energia e determinação. Por aqui, a vida tem ritmos diferentes. Tem compassos e esperas próprios e o andar das pessoas transforma-se numa passada mais arrastada, mais desleixada sem que haja nisso desleixo. É como se as pernas não fossem mas se deixassem ir.

Coleman
Cá não se diz arca frigorífica. Diz-se Coleman que é uma marca delas. A mais popular. São enormes. E, na sua maioria, os vendedores de bebidas frescas de beira da estrada usam Coleman. Se o teu porta-bagagens anda a passear uma Coleman sem razão aparente, enfim, por duas razões, pelo sim e pelo não, então estás mesmo a integrar-te. Eu acho que ninguém sai de Maputo para andar 50km sem levar logo uma azulinha consigo. Devidamente recheada.

O Carro
Não é impossível viver sem carro próprio em Maputo, mas é muito difícil. Assim, amigo leitor, se pensas em emigrar para Maputo, a compra de um carro em segunda mão deve estar nos planos. Os carros aqui são em segunda mão, japoneses, automáticos, a gasolina e, se puderes, 4x4. Não sei como é que leste a expressão 4x4. Provavelmente leste quatro por quatro. Tá maaal. Toda a gente sabe que se diz four by four que é como quem diz for bai for. Ora experimenta dizer isso muito rápido e obtens um vocábulo interessante. O típico fóbáfó!
Há tiques de moçambicanização relacionados com o carro e a condução. Deves desconfiar que estás a ficar moçambicanizado quando notares que:
      - Andas com um objeto contundente junto aos bancos da frente. Já vi homens e senhoras, não é uma questão de género, portanto, com martelos, catanas, tacos de beisebol, de golf, bastões, enfim, toda uma parafernália de objetos da categoria "para o que der e vier".
      - Trazes o porta-bagagens do carro todo artilhado. Compressor, chaves de diversos tipos e utilidades, jumpers, lanternas, facas do mato, latas de spray anti-furo, um cabo de aço, uma pá, uma tira de reboque e um jerrican para combustível. Nada disto é excessivo. É tudo normal. E muito moçambicano.
      - Atestas o depósito assim que chega a meio. Aliás, fazes de atestar o depósito um hábito regular e tens a preocupação de não correr o risco dele baixar a menos de meio não vá o diabo tecê-las? Pronto, estás moçambicanizado!
      - Foste ao Estrela e mandaste gravar a matrícula nos retrovisores e nas óticas dos faróis? Mocambicanizado! E o mais engraçado é que, quando fores a Nelspruit e estacionares o teu carro, vais sentir-te diferente. O teu carro é o único com rebites nos piscas e matrícula gravada nos retrovisores. Quer dizer, o único não será...
      - Outro aspeto interessante no processo de aculturação a Moçambique e a Maputo, em particular, é a forma como ages e reages no trânsito. A perspetiva muda. Na verdade, mudam duas perspetivas. A primeira é a do relacionamento com os outros condutores. Por aqui, apesar do trânsito caótico, os condutores não espetam o dedo do meio no ar, não ralham e raramente buzinam. A buzina é muito usada mas é para pequenos avisos, para anunciar a passagem. Raramente para ralhar. O dedo do meio espetado no ar dá lugar a um OK de polegar esticado, a um aceno, um sorriso, um vá lá, passa lá. A outra perspetiva que muda é a daquilo que fazes e porque o fazes. Também há regras de trânsito, claro, também se respeitam, obviamente, mas só se não estorvarem mais do que outra regra qualquer. Assim, se deres contigo a conduzir por cima do passeio porque na estrada há um buraco com 60cm de profundidade e 2,5m de largo, se deres contigo a passar um semáforo vermelho porque não vem lá ninguém e tens uma chusma de gente atrás de ti, se deres contigo a inventar uma faixa de rodagem que não existia e tu segues por ela só porque há espaço, se deres contigo a mergulhar em lagos de lama só porque decidiste fazer um atalho, se deres contigo a percorrer quinhentos metros de estrada em contra-mão para não ires à volta e teres de percorrer meia cidade, então, amigo leitor, põe a mão na consciência e pensa lá se não serás mais moçambicano do que outra coisa qualquer. No trânsito, em Maputo, há uma regra de ouro que se sobrepõe a todas as outras, chama-se "desempatar" e para desempatar, às vezes, é preciso usar uma ferramenta, chama-se desenrascar! Estorvar é que não vale.

Comprar na Rua
A vida, em Portugal, como se diz agora, é muito indoor. Passamos muito tempo dentro de casa e, quando saímos para o exterior, é para dentro de outros interiores! Centros comerciais, cinemas, lojas diversas, igrejas, casa dos amigos. Todo o comércio é tendencialmente feito indoor. Um dos sinais de moçambicanização é começares a fazer compras na rua. Numa bancada, a um tipo que passa, enquanto estás parado num semáforo. Compram-se legumes, frutas, peixe, amendoim, cajú, o jornal, escovas limpa pára-brisas, crédito para o telefone, filmes, e um sem número de utilidades. Basta um assobio, um aceno, um alô, e tens fornecedor em segundos. Nos primeiros tempos, estranhas um pouco, depois aderes, depois selecionas e compras só determinados produtos a determinados vendedores. Estabeleces uma relação de confiança. Eu, moçambicano me confesso, compro laranjas sempre no mesmo semáforo, o jornal na mesma esquina, as escovas para o limpa pára-brisas do carro sempre no mesmo cruzamento. Para lá de adaptado!

Dinheiro no Bolso
Se dás contigo a levar a mão ao bolso e a tirar umas notas para fazer um qualquer pagamento em vez de sacares do cartão multibanco, isso é... costume moçambicano. O dinheiro, dinheiro, aquele de papel, está mais presente nas nossas vidas do que em Portugal. Há caixas automáticas por todo o lado, todas as lojas têm máquinas de pagamento eletrónico, mas a matriz de vida é diferente. trazer dinheiro é um hábito que decorre de uma necessidade. Ficas munido para imprevistos e os imprevistos, aqui, acontecem. Além disso, o facto de haver muito comércio de rua ajuda ao hábito.

Um Fim-de-Semana em Nelspruit
É sábado. acabaste de almoçar um bom bife, à tua volta há corredores largos e cintilantes, lojas que rebrilham o que têm lá dentro e têm tudo lá dentro, as pessoas passeiam-se em ritmo de lazer e os preços estão em rands! Nelspruit é um gigantesco subúrbio de Maputo. Fica apenas a duzentos quilómetros de distância, duas horas de caminho mais o tempo necessário para passar a fronteira de Ressano Garcia. Já passei os dois lados da fronteira em catorze minutos e já os passei em três longas horas. Depende dos dias e das horas. Muitos moçambicanos trabalham em Nelspruit, muitos outros vão-se lá abastecer de tudo o que necessitam para revender em Moçambique, outros só para abastecerem a despensa e, claro, nós, emigrantes, juntamente com muitos outros moçambicanos, vemos Nelspruit como uma fugida de fim-de-semana, um intervalo na confusão da grande cidade. O trânsito de pessoas e bens entre Maputo e Nelspruit é imenso e uma visita à RSA é também um traço de moçambicanidade. Em jeito de curiosidade, importa dizer que esta cidade criou-se, desenvolveu-se e floresceu após a independência de Moçambique. Antes disso, era meia dúzia de casas num descampado. Hoje é uma cidade enorme, repleta de recursos e equipamentos e muito desenvolvida. Além disso, situa-se na região de Mpumalanga onde fica a zona turística de Panorama que vale muito a pena visitar. Ou seja, se emigraste para Maputo e estás em Nelspruit a falar inglês num centro comercial, a puxar por rands e a olhar para um tipo loiro com 2,10m de altura e 150kg de peso, se entraste num pronto-a-vestir à procura de uma camisa de tamanho L e o S está-te grande, então estás a moçambicanizar.

Coca-Cola
Estava há poucos dias em Maputo quando uma colega moçambicana me disse, Sabes que nos chamam [aos moçambicanos] os Coca-Colas! Ela estava a tomar o pequeno-almoço que consistia numa sandes e... uma Coca-Cola!

Quando cheguei, estranhei não só a oferta massiva de Coca-Cola, que se vende em todo o lado, às vezes, mesmo onde não se vende água, como também o facto de a Coca-Cola ser a bebida engarrafada mais barata de Moçambique, mesmo mais do que a água! De resto, para que o preço não possa ser adulterado, é tabelado e vem gravado nas cápsulas das garrafas. Uma Coca-Cola custa doze meticais, ou seja, qualquer coisa como vinte e cinco cêntimos de euro. Com uma oferta tão vasta do mais popular refresco do país, não admira que quem vive em Moçambique acabe por aderir. Bebe-se Coca-Cola quando está muito calor, bebe-se ao almoço, ao jantar, ao lanche, à noitinha e, como já se disse, é comum beber-se ao pequeno-almoço. Eu cá tenho a teoria de que a Coca-Cola daqui é melhor do que no resto do mundo. Quando cheguei, não gostava de Coca-Cola, não bebia uma garrafa há anos, e hoje consumo com alguma regularidade. E não é que é bom?! Sim, se deres contigo a atravessar a estrada para ires comprar uma Coca-Cola na berma ou, simplesmente, a abrir a janela do carro para comprares uma, estás a moçambicanizar!

Polícia
Se vieres para Maputo, amigo leitor, hás de reparar que há muita polícia na cidade, muitos seguranças, muitas armas. Com o tempo habituas-te. No início, sensivelmente nos primeiros seis meses, mandam-te parar inúmeras vezes e verificam tudo o que houver para verificar. Documentos, chapas de matrícula, pneus, vidros fumados, os selos dos impostos, etc, etc, etc... Depois, assim de reprente e sem razão aparente, deixam de te mandar parar. Quer dizer, não é um "deixam" definitivo, continuam a mandar-te parar uma vez por outra, mas sem aquela frequência inicial e sem aquele frenesim inspetivo dos primeiros tempos. Não sei como é que eles sabem que já não somos recentes, talvez pela matrícula, talvez pelo aspeto, mas sei que, quando a polícia deixa de nos mandar parar por tudo e por nada, isso quer dizer que estamos no bom caminho da integração.

Além destas características ainda há certo enxovalho de roupas, o cantado das frases com uma ou outra palavra em changana que vais aprendendo, as coisas importantes com que deixas de te importar, mas essas que aí ficam registadas, não sendo exclusivas, são bons sinais de moçambicanização. Podes resistir, mas, caso permaneças no país, o mais certo é começares a evidenciar alguns destes sinais, dos quais faz parte falar na segunda pessoa do singular. Não só quando nos dirigimos a outra pessoa. Sempre! Mesmo quando estás a dar um exemplo. Não se diz imaginemos que ou imagine-se que, diz-se logo imagina que...

E pronto, amigo leitor, vai lá à tua vida que eu tenho ali uma Coca-Cola à espera. Fresquinha? Ya, bem nice!
jpv

Crónicas de África - Kaapsehoop


Crónicas de África - Kaapsehoop

Nelspruit, 6 de outubro de 2013

O fim de semana foi longo. Em Moçambique foi feriado na sexta feira, dia 4 de outubro. É o dia da Paz. Abençoada!

Porque precisávamos de descansar, porque era necessário fazer manutenção na viatura, decidimos vir ainda na quinta feira, ao final da tarde, até ao High Hide Lodge, visitar os nossos amigos, Norman e Debbie.

Quando chegámos, com a sua imensa simpatia, Debbie tinha feito uma cottage pie para nós. Estava deliciosa. É uma espécie de empadão, feito numa taça de "Pyrex" que vai ao forno. É de batata e o recheio de pedaços de carne, entre eles, bacon. Também leva cogumelos e ervilhas. Tem um molho delicioso. A saber a ervas e um pouco de caril.

Estranhámos o silêncio. Na grande Capital moçambicana é difícil ouvir o silêncio. Aqui, está em todo o lado, cortado, a espaços, pelos pássaros e pelas rãs.

Na sexta feira, dedicámo-nos a fazer quase nada. Ler. Dormir. Grelhar. Comer. Descansar. O ritmo vinha sendo intenso e a paragem foi providencial. Norman levou o carro para a manutenção e trouxe-o à noite.

No sábado, já com o carro pronto, fomos descobrir um pouco mais de Nelspruit, mas a única coisa verdadeiramente significativa que me vem à mente sempre que a visito, é que a cidade parece um gigantesco subúrbio de Maputo. É um pouco como quando se vai a Andorra e se está sempre a tropeçar em portugueses e a língua mais falada nas ruas é o português. Nelspruit está repleta de portugueses e moçambicanos e ouve-se falar português em cada esquina. Há mesmo empregados nas lojas e nos restaurantes que se abeiram de nós, olham-nos e soltam um  Bom dia! bem pronunciado. Nelspruit fica a 200km de Maputo o que quer dizer entre duas a três horas de deslocação dependendo do movimento que houver na fronteira. Já a passámos em vinte minutos e já a passámos em duas horas. Com o tempo, aprendemos a conhecer e a evitar os momentos mais concorridos.

Hoje, estávamos convidados para ir comer panquecas a uma terra chamada Kaapsehoop. Os sul-africanos pronunciam qualquer coisa como Kaps-a-uârpe.

Foi uma surpresa. É uma terrinha muito pequenina. As ruas, ou são de terra batida, ou são pavimentadas como se fosse a entrada de uma garagem, ou seja, duas tiras de pavimento, uma para cada pneu, separadas por relva. Os passeios são todos em relva verdejante. Todas as casas são como as de Pilgrims Rest, a imitar as do tempo da corrida ao ouro no início do século XIX, construídas em zinco e depois pintadas. Todas têm alpendres, num claro sinal de que o clima permite "vida de varanda". Muitas casas têm as portas abertas e os visitantes são convidados a entrar, a provar os produtos caseiros e a adquirirem-nos, se quiserem. As pessoas são de uma simpatia extrema e olham cada visitante como uma novidade que chegou a Kaapsehoop.

Entrámos na casa de Anabelle, uma senhora a rondar os setenta anos. Ela veio à porta saudar-nos:
- Olá, como estão?
- Estamos bem, obrigado.
- Viram por aí o Mr. Dumpling?
- O Mr. Dumpling?
- Sim, o meu gato às riscas.
-Ah, sim. Um gato enorme que está ali fora!
- Se ele vos aborrecer, não liguem. O meu gato não sabe que é gato!
- ?!
- Pois, isso mesmo. Ele é filho de uma gata selvagem que o abandonou à nascença. Um vizinho encontrou-o no mato e trouxe-mo. Era do tamanho de um dedo. Dei-lhe leite num biberão. Primeiro, de meia em meia hora. Depois, de hora a hora. Um ano mais tarde, o malvado ainda bebia leite pelo biberão, mas eu já não tinha de lho dar à boca, dava-lhe o biberão e ele agarrava-o e bebia sozinho. Assim que abriu os olhos, a primeira coisa que viu foi a minha cara, viveu sempre cá em casa e julga genuinamente que eu sou a mãe dele e que ele é humano. Ele não sabe que é gato!

Anabelle mostrou-nos fotos do Mr. Dumpling a beber sozinho pelo biberão e ele veio ter connosco a pedir festas. É um gato com doze anos, mas mais parece um texugo. É enorme e está gordíssimo.

Outra particularidade de Kaapsehoop são os cavalos selvagens. Animais belíssimos, enormes, de todas as idades, que nascem no mato e nunca foram domesticados. Vivem em estado selvagem. Quer dizer, semi-selvagem. A verdade é que se habituaram a invadir a cidade, percorrem as ruas, abrigam-se na sombra das árvores e metem-se com os visitantes se lhes cheira a presentinho mastigável. A Paula deu-lhes rebuçados e quando quis vir-se embora, eles cercaram-na e só a deixaram em paz quando ela lhes deu todos os rebuçados que tinha na mala. Como é que eles sabiam que havia mais rebuçados na mala é que eu não sei. Enfim, ela recebeu em troca um monte de baba de cavalo na palma da mão.

Por fim, fomos às panquecas. Comemos à sombra de um enorme carvalho. Salgadas, doces, agri-doces, há para todos os gostos e são ótimas. Foi numa casa transformada em restaurante de panquecas chamada "Koek 'n Pan".

Agora, aguarda-nos o trabalho, mas pode dizer-se que recuperámos muitas forças. O sono, o descanso e a novidade são excelentes alimentos para o espírito. O corpo, esse, contenta-se com grelhados na brasa e panquecas!

jpv



Kaapsehoop - Casa.


Kaapsehoop - Cavalos selvagens passeando na rua.


Kaapsehoop - Potro comendo guloseima.


Kaapsehoop - Casa das abóboras.


Kaapsehoop - Pormenor de alpendre.


Kaapsehoop - Interior da Igreja. O altar é um simples
estrado com um janelão para a rua. A cruz faz parte da
estrutura da parede.


Kaapsehoop - Sinal de trânsito a dizer para se ter cuidado
porque passam crianças, gatos, cães, rãs e fadas!


Kaapsehoop - Casa.

Crónicas de África - A Slice of Heaven


Crónicas de África - A Slice of Heaven

Maputo, 5 de fevereiro de 2013

Era fim de semana prolongado. O carro necessitava manutenção. Um familiar e amigo, suporte fundamental na nossa chegada a Maputo, aconselhou uma oficina em Nelspruit. Descobrimos depois que metade de Maputo tinha ido de fim de semana a Nelspruit. Para nós foi óbvio. Juntar a necessidade da manutenção a uns dias de repouso. E foi assim que me pus à procura na web de um local para ficar. Encontrei. Mas encontrei um pouco mais do isso. Um cantinho do Paraíso a onze quilómetros do centro da cidade. O High Hide Lodge.

Pertence ao Norman e à Debbie Smith que têm ali mais do que uma forma de negócio. É onde eles próprios vivem. É um espaço de que cuidam com todo o amor e carinho e a que dedicam grande parte do seu tempo livre. Ideal para quem quer descansar num ambiente idílico. De jardins belíssimos e muito bem cuidados, muito enquadrados com a paisagem natural circundante, o High Hide Lodge oferece conforto, recantos belíssimos, uma piscina feita pelos próprios com um enquadramento delicioso, dezenas de espécies de pássaros, um lago artificial com peixes e a visita vespertina dos kudu, um antílope da zona. O lodge não tem muita oferta, mas isso é um dos seus encantos, uma das razões por que nos sentimos em família e em ambiente privado e acolhedor. Tem duas cabanas em cima da rocha, uma para duas pessoas e outra para quatro, uma tenda em canvas para 4 pessoas e uma casa maior para 6 pessoas. Diversos equipamentos para fazer uma boa grelhada, desporto nacional na África do Sul, e todas as condições para, com ou sem luz elétrica, passarmos uns dias de verdadeiro descanso, alheados de tudo, próximos de tudo. Depois, para o Norman e a Debbie, os hóspedes não são hóspedes, são amigos que estão de visita e é nesse espírito que nos convidam a assistir a alimentar os peixes, a esperar pelos kudu ou a apanhar fruta das árvores para a comermos fresca pela manhã. Se procura agitação, não é o local apropriado, embora esteja perto do centro da cidade. Se, ao contrário, procura relaxar ou levar a sua cara metade para um fim de semana romântico, é que nem hesite, passe pelo site deles e faça uma reserva... pois, a propósito disso, é importante dizer que os preços são muito acessíveis, um pouco abaixo da média praticada por aquele tipo de oferta, pelo menos a avaliar pelos preçários que se encontram na web.

E como há palavras que não chegam, aí ficam algumas das centenas de imagens que captámos no High Hide Lodge.

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Maputo, the 5th February 2013
(This text is not a translation of the above)

The past weekend we met Norman and Debbie Smith, a honest, hardworking couple who offers us a really quiet relaxing lodge with a fantastic  swimming pool and wonderful gardens. It's a very comfortable and perfectly included in the surrounding environment place. Therefore, I took some time to advise all my friends (sorry guys in Europe, Asia and Americas!) that this is a perfect place for resting or, why not, a romantic time with your partner in the sweet crime of love!

To get to know more about this place, please visit the site of the High Hide Lodge, just 11km away from the centre of Nelspruit, in South Africa, and yet, a perfect slice of Heaven: http://highhide.webs.com/.

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The High Hide Lodge Experience

Casa na Rocha


Lago dos Peixes


Uma das muitas zonas para Grelhadas


Piscina


Escorrega e Piscina


Pormenor dos Jardins


Piscina


A Árvore do "Rei Leão"


Piscina e Escorrega


Piscina e Cascata


Casa na Rocha


Interior de Alojamento para duas pessoas


Entrada


Explosão Laranja


Pormenor de Jardim


Casa na Rocha


Ave no Jardim

jpv

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